06 setembro, 2006

Andor da Senhora da Pena no Guiness - A maior festa da região atrai a Mouçós milhares de pessoas


Mouçós entra em festa no dia 8 de Setembro e termina a sua romaria no dia 11 do mesmo mês. Este ano a grandiosa festa em honra da Nossa Sr.ª da Pena prepara-se para marcar mais uma vez a diferença. Desta feita o objectivo da população de Mouçós, e mais concretamente da aldeia de Magarelos, é colocar a freguesia no “mapa” do Guiness.
O andor que transporta a padroeira da freguesia, Nossa Sr.ª da Pena, cujo tamanho atingirá os 22 metros de altura e o seu transporte ficará a cargo de, pelo menos, 60 homens, é o principal motivo para a tentativa de inscrever Mouçós no livro de recordes. Este ano a festa está orçada em 100 mil euros, 30 dos quais gastos com o referido andor.

MAGARELOS ORGANIZA A FESTA
Todos os anos, a organização da festa fica a cargo de uma das seguintes aldeias: Lagares, Sanguinhedo, Aboboleira, Jorjais, Lage, Varge, Alvites, Sequeiros, Cigarrosa, Pena de Amigo e Magarelos. Este ano a organização recai sobre a aldeia de Magarelos, onde a população não esconde o orgulho de estar a organizar esta festa.

Aqui, todos os anos, se deslocam milhares de pessoas vindas um pouco de todo o País, sendo por isso que, todos os anos, o recito onde decorre a grande parte da animação tem sofrido alguns melhoramentos.
Para levar a cabo a tentativa de entrar para o Guiness, a Comissão de Festas confiou a construção do grandioso andor, que transportará a padroeira Nossa Sr.ª da Pena, à pessoa de Jacinta Rodrigues, detentora da Firma de Ornamentação Rodrigues.

Para ficarmos a saber mais sobre este andor falámos com Jacinta Rodrigues, que disse que “neste momento está tudo a correr dentro da normalidade. É como todos os anos, temos de apertar as chuteiras e correr atrás da bola, para não chegar a hora da festa e não termos tudo pronto”.
Questionada se este será o maior desafio, a ornamentadora explicou que “é sem dúvida o maior desafio. Já ornamento esta festa há 41 anos, embora com algumas interrupções, por várias razões. Acho que tem de se ter muita coragem, muito amor à arte, porque sem isso seria impensável aceitar este desafio”.

Jacinta Rodrigues disse-nos ainda que “quem idealiza todo o andor sou eu, aceito algumas opiniões de quem trabalha comigo, entre os quais estão filhos e também vão começando a estar netos. E espero que sejam eles a continuar a minha arte”.

ANDOR COM 22 METROS
Sobre a construção do andor que atingirá mais de 20 metros de altura, Jacinta Rodrigues explicou que “a estrutura da base é essencial, tem de se fazer uma base enorme com muitas vigas de eucalipto bastante compridas pois o andor terá 12 metros de largura. Depois, esta madeira tem de ser bem amarrada, com todos os cuidados, para todas as eventualidades. Na parte superior, para depois se conseguir equilibrá-lo, devido à altura, teremos de colocar várias andadas de cordas e com isso consegue-se mantê-lo seguro”.

Confrontada sobre a eventualidade de poder o seu nome também ser inscrito no livro do Guiness, a ornamentadora Jacinta Rodrigues respondeu da seguinte forma: “não escondo que gostaria que isso acontece-se, pois creio que não virei fazer esta festa muitos mais anos, porque já tenho uma certa idade. Mas o mais importante é que ele entre para o Guiness e venham alguns dinheirinhos para a freguesia e depois aqui ser construído um pequeno armazém para que os andores sejam apreciados com calma e não apenas durante a procissão”.

Da Comissão de Festas, falámos com Paulo Costa, que em nome de toda a comissão não escondeu todo o orgulho que se sente ao pertencer à organização desta festa. “Este ano é a aldeia de Magarelos, aquela que está encarregue de organizar esta festa, o que é um orgulho, tal como para todas as restantes aldeias que se empenham em levar a cabo esta festa. Este ano, o nosso objectivo também passa pela divulgação. Quero com isto dizer que, perante a grandiosidade desta festa ela tem o direito a ser divulgada com mais vigor”.

Relativamente à acessibilidade ao local da romaria, Paulo Costa disse que têm sido “feitas algumas inovações em anos anteriores. Em relação ao ano passado estará tudo da mesma forma, os estacionamentos serão no meio da mata, arranjamos um campo de futebol através de uns amigos e também alugámos um parque, mas além disto nada temos, terão que estacionar onde poderem e conseguirem”.

Relativamente aos apoios para a organização da festa, este elemento da Comissão de Festas explicou que “toda a festa é feita à custa da Freguesia de Mouçós, das onze aldeias que fazem a festa. Tenho ainda de tirar o chapéu às aldeias que não fazem a festa mas que também contribuem em muito para que a festa se realize. Depois, temos os barraqueiros e patrocinadores que também ajudam mas está longe do gasto que temos com esta festa”.

Relativamente à ideia de entrar no Guiness, Paulo Costa disse: “Não gosto de comer o bolo sozinho, por isso eu digo que a ideia de tentar entrar para o Guiness surgiu por um amigo e a partir daí eu gostei e comuniquei aos restantes membros da Comissão de Festas e eles deram todo o apoio para que possamos ir para a frente com esta ideia”.

TREZE ANDORES
Como a Majestosa Procissão será constituída por 13 andores, ficará a cargo da Firma de Ornamentação Rodrigues construir sete andores, ficando os restantes cinco a cargo da Firma de Ornamentação Senra Senhora da Aparecida.

Joaquim Fernandes, responsável da Firma de Ornamentação Senra, disse que fica “sempre contente por construir andores, sejam os primeiros ou segundos, trabalho sempre com o mesmo empenho. Não escondo que gostaria de construir o maior, seria bom, mas fico contente por construir estes cinco, entre os quais um que medirá 18 metros, o que também é de grande responsabilidade”.

O presidente da Junta de Freguesia de Mouçós, José Hermano Machado, não escondeu a alegria que reina em Mouçós. “Está o povo todo contente, apesar do nervosismo que antecede os dias da festa. Mas tudo isto é bom não só para freguesia mas também para o concelho de Vila Real, agora com a possibilidade de entrarmos para o livro do Guiness, ainda se sente mais a confiança no nosso valor e capacidade organizativa”, disse.
FC
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DATAS TRÁGICAS

Neste ano completam-se 53 anos sobre o rebentamento do fogo de artifício o que ocasionou 11 mortos e dezenas de feridos. A Eucaristia de sábado às 9 horas é-lhes dedicada.
Passam também 11 anos sobre o acidente que provocou a queda e falecimento de Eduardo Redondo, marido da D. Jacinta Rodrigues, a armadora, que este ano se propõe também entrar no Guiness Book – O Livro dos Recordes.

Fonte: Semanário "Notícias de Vila Real"

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